Assim, descartando, por impraticável, o aumento dos impostos, um déficit nas contas públicas terá de ser financiado por uma ou mais das três seguintes fontes:
i) emissão monetária;
ii) empréstimo bancário;
iii) endividamento interno.
Dependendo da forma escolhida para o financiamento do déficit, as repercussões macroeconômicas serão distintas.
Assim, por exemplo, costuma-se associar a emissão monetária com a aceleração inflacionária; já o endividamento interno tende a elevar a taxa de juros real da economia – o que contribui para aumentar ainda mais os encargos financeiros da própria dívida do governo, agravando cada vez mais os desequilíbrios das contas públicas.
Qual é o ideal ? É usar qual forma de financiamento dos gastos públicos ? O ideal é que haja sempre um equilíbrio entre receitas e despesas. A população tem de entender que "Não há almoços grátis" (tradução da expressão em inglês There is no free lunch) ou "Não existe essa coisa de almoço grátis" (tradução literal da expressão There ain't/is no such thing as a free lunch). Alguém sempre paga a conta. Então, quando o governo gasta mais com determinada política pode ter certeza que alguém vai pagar por isso, é impossível conseguir algo sem dar nada em troca. Toda decisão de gastos públicos implicará em uma despesa que mais cedo ou mais tarde alguém irá pagar. O ônus sobre quem recairá estes pagamentos dependerá única e exclusivamente de decisões políticas e do poder dos agentes econômicos em interferir nessas políticas.